O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, dia 15 de junho, falou sobre o Hospital de Évora poder vir a perder a unidade de cuidados intensivos neonatais, o fecho de camas nos hospitais por falta de enfermeiros e o novo regime de requalificação dos excedentários do Estado que terão cortes de 40% se não forem recolocados.
João Oliveira expressou, relativamente ao facto do Alentejo poder vir a perder a única unidade para bebés prematuros, que “há três anos se colocou a possibilidade do Hospital de Évora perder esta unidade de cuidados intensivos neonatais, um serviço indispensável e que faz parte do conjunto de serviços que são disponibilizados pelo Hospital Central e que integra o conceito daqueles que fazem o Hospital de Évora ser um Hospital Central porque um Hospital Central é diferente de outros hospitais porque disponibiliza mais serviços aos vários utentes, entre os quais estes cuidados intensivos neonatais”.
Salienta que “esse problema já se colocou há uns anos atrás, precisamente porque havia na altura um grupo de trabalho que fez um levantamento de organização da rede que propunha a sua substituição deste serviço em Évora. Na altura foi preciso lutar muito para que isto não acontecesse, foi preciso mobilizar os utentes e todos aqueles que têm alguma preocupação para que isto não acontecesse, e aquilo que está em cima da mesa é uma proposta relativa à rede de referenciação de saúde materna que apresenta novamente esta proposta de encerramento daquele serviço em Évora, mas vamos ter que lutar para que isso não aconteça (…) porque significaria um caminho de desclassificação do Hospital de Évora como Hospital Central, mas sobretudo porque isso significaria um prejuízo muito sério para os utentes da nossa região (…)”.
Relativamente ao fecho de camas nos hospitais por falta de enfermeiros, João Oliveira diz que “nós tivemos há uns tempos atrás a situação contrária, os hospitais encerraram camas para poderem prescindir de enfermeiros (…)”.
Sublinha que “é uma situação preocupante porque não faz sentido, que havendo necessidade de cobertura da rede de serviços de saúde, haver doentes que precisam de respostas (…) não se contratarem profissionais e haja os níveis de desemprego (…) há neste momento um problema gravíssimo, a fixação de enfermeiros no nosso país (…)”.
Sobre o novo regime de requalificação dos excedentários do Estado que terão cortes de 40% se não forem recolocados, o deputado eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República explana que “a requalificação foi inventada para despedir trabalhadores da Administração Pública, julgo que não vale a pena ninguém ter ilusões relativamente a isso. A requalificação quando foi criada no anterior Governo de José Sócrates, foi criada para encontrar uma forma de despedir funcionários públicos (…) este despedimento é feito de forma indireta (…) porque os despedimentos da requalificação não são feitos diretamente, são feitos por via dos cortes nos salários e cortando os salários sucessivamente, chega-se a uma situação em que preferem ir-se embora do que continuarem a receber só uma parte do salário, o que significa que a requalificação não serve verdadeiramente para requalificar o que é que seja, só para despedir trabalhadores na Administração Pública (…)”.