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“O que se passa nas relações laborais na maior parte dos portos portugueses é esta precariedade e isto é pornografia” (c/som)

O membro do Bloco de Esquerda (BE) Romão Ramos apresentou hoje, dia 9 de novembro, no seu espaço de comentário à sexta-feira, as linhas de orientação do BE para tentar formar governo no próximo ano, após o a Convenção Nacional, onde “nós fomos claros, nas intervenções (…) àquilo que vamos nas próximas eleições”, onde “definimos uma linha para as próximas legislativas” tendo, desde logo, decretado que “o voto útil morreu”, afirmou.

O bloquista explicou que existem “cinco eixos de trabalho que serão fundamentais para o BE na próxima legislatura”, dando o exemplo de que “o primeiro tem a ver com uma nova lei de bases da saúde”, “a segunda tem a ver com a demografia” e “exigir-se que haja novas políticas relacionadas com a demografia e ao contrário daquilo que a direita fez nos anos do governo do PSD-CDS, é preciso garantir salários iguais, para todos, mulheres e homens e assegurar um reforço do Estado Social para que haja uma paz social no país”. “A terceira reforma está ligada às alterações climáticas”, na linha dos movimentos que o BE já tem desenvolvido, em Aljezur ou Almaraz.

“A ideia foi, para os próximos dois anos, começar a trabalhar já neste legislatura e isto serem as nossas exigências para o quadro que ai vem depois”, explica Romão Ramos, acrescentando que “não me parecem coisas altamente radicais” e “são coisas que têm que estar obrigatoriamente nas agendas e nos programas de qualquer partido que se vá candidatar às próximas legislativas”.

No que diz respeito à greve dos estivadores no Porto de Setúbal, Romão Ramos começou por explicar que “hoje os estivadores que estão em greve, já há vários dias, são alentejanos ou descendentes de alentejanos” e por isso “devem ter a solidariedade de toda a nossa região”.

Porém, “os estivadores que estão em greve são pessoas, algumas há mais de 20 anos, que trabalham todos os dias no porto, que todos os dias existe trabalho para eles no porto, mas são contratadas ao dia e despedidas ao dia por sms”, explicou o bloquista.

Romão Ramos classifica esta situação como “uma coisa vergonhosa, ser contratado e despedido ao dia”. Por isso “os estivadores o que estão a pedir é um contrato de trabalho coletivo em que haja um reconhecimento de que há trabalho todos os dias para eles, em que trabalham há muitos a fazer estas funções e que obrigatoriamente têm que ter um contrato”, pois “um posto de trabalho que existe todos os dias, tem que ter um contrato de trabalho”.

Contudo, “obviamente isto vai ter implicações no porto”, mas “a Ministra do Mar (…) tem tido políticas desastrosas no seu ministério” e “era uma óbvia [candidata] para ser trocada na última remodelação do governo”, isto “porque não tem feito nada de assertivo no seu ministério”, sento que “está aqui a dar força às administrações dos portos para continuar esta vergonha”. Romão Ramos acrescenta ainda que “o que se passa nas relações laborais na maior parte dos portos portugueses é esta precariedade e isto é pornografia completa”.

Apesar das ferramentas disponíveis ao nível do Parlamento, o bloquista sustenta que a viabilidade de quaisquer medidas de resolução deste problema passa pelo Governo. Além disso “o que se está a passar  no porto, ontem, teve o apoio da maioria dos trabalhadores do parque automóvel da AutoEuropa”, que “reconheceram que efetivamente os carros estão a ficar acumulados, é capaz de haver a esta hora cerca de 8500 carros já quase sem espaço naquela zona, que precisavam entrar nos barcos” e que “estão a saturar a produção”. Por isso “tem que ser o Sr. Primeiro-ministro António Costa a fazer uma intervenção direta e a obrigar a arranjar soluções para os portos” e “sobretudo para estes trabalhadores”.

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